Vídeo Arte Interactiva

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quarta-feira, 11 de junho de 2008

: Aprofundamento da descrição

Anatomias Urbanas é um projecto que tem como objectivo simular em tempo real a construção ou desconstrução da identidade.
As mascaras reproduzidas no topo da tela de forma horizontal, existem para que o utilizador se aproprie destas através do movimento da mão e do reconhecimento da face, levando-o a comportar-se em prol da sua nova face. Através de um gesto quase magico e da sobreposição de identidades, uma nova personagem é criada no espaço virtual.
O movimento resulta num diálogo entre o utilizador e a máquina, através de uma interactividade simples e livre logo não é necessária uma aprendizagem prévia do utilizador para com o sistema para que o projecto funcione.
Este projecto insere-se no âmbito da instalação interactiva pois utiliza o vídeo, captura do movimento e detecção da face com o objectivo do seu registo e conversão em dados, desenvolvendo um diálogo interactivo em tempo real.
Desta forma, quando o utilizador sobrepõem a sua mão sobre uma das mascaras, selecciona-a ou seja a sua silhueta e um ponto pré-determinado convergem e a face que esta a ser projectada na tela é substituída por uma das mascaras.
A escolha de diversas imagens encontradas na internet através de palavras-chaves específicas que remetem a elementos faciais, resulta na sua apropriação, com o intuito de construir ou desconstruir faces através de algumas técnicas de manipulação digital, que resultam em mascaras com uma linguagem visual onde a componente fundamental é o seu sentido lúdico, conjugando diversos elementos que associados resultam em personagens imaginárias que são capazes de estimular a criatividade do utilizador quando este se apropria destas como se de um jogo se tratasse.
Em Anatomias Urbanas a relação existente entre as mascaras que foram desenvolvidas a partir de imagens que foram criadas por outras pessoas, e a consequente criação de personagens fictícias enquanto o utilizador está a dialogar com o sistema, recai sobre o conceito de apropriação. As imagens recolhidas e trabalhadas são elementos emprestados para a criação de um novo trabalho, tal como o acto de apropriação do utilizador que em função das mascaras, encena e encarna personagens do seu imaginário, no momento em que a sua identidade é ocultada. Desta forma, todos os elementos são reinterpretados.
O interface é constituído pela tela, webcam, projector e computador. A tela reproduz a imagem do utilizador em tempo real, que é captada pela webcam e transferida para o computador, que detecta a sua cara e movimento convertendo-os em dados que influenciam a imagem que esta a ser projectada.
Ao deparar-se com este ambiente o utilizador consegue identificar de forma intuitiva, apesar de nem sempre imediata a situação como uma instalação onde é necessária a interacção.
O ângulo de topo da câmara abrange toda a área de interacção, para que a detecção da face do utilizador e o seu movimento resultem. Existindo algumas limitações, pois é necessário que o utilizador entenda que a sua face esta a ser detectada tento que olhar de frente para a webcam e que não é possível o reconhecimento de mais do que uma cara.
Todos os elementos do interface estão fixos, o computador e o projector encontra-se fora do alcance do utilizador porque não são necessários.
Processing v.0135 é o software utilizado para a criação de Anatomias Urbanos, permitindo o seu desenvolvimento através da escrita de código.
Esta peça destina-se a todo o tipo de público, a sua inerente interactividade e sentido de jogo provocam reacções inesperadas revelando-se bastante cómico.

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